Doidices


Afirmação um: eu tô atraindo doidos.Afirmação dois: São Paulo é um grande reduto de malucos soltos pelas ruas. E ninguém faz nada.
Olha, tá difícil viu. Há muito observo em São Paulo, especialmente aqui na região central, uma leva de enlouquecidos de todos os tipos. Tem doido que tira a roupa na rua, que tenta se jogar do viaduto do Chá, que corre atrás dos outros, grita e xinga. Ou apenas fala sozinho, gesticula e fala bem alto, ameaçador às vezes, engraçado em outras. Eu também falo sozinho, sou maluco também, mas tenho bom senso de não perturbar quem está ao meu lado, pudores pra não tirar a roupa na rua e amor à vida.Hoje passei por duas situações: a primeira, indo para a missa de 1 ano de falecimento do meu avô, encontro com uma senhora sentada na calçada (passeio para alguns lugares) que gritou:
- Moço, quer casar?
Eu, de pronto, respondi:
- Não, obrigado. - odeio deixar as pessoas sem resposta.
- A televisão está por setecentos reais, sem DVD.
E eu, de novo:
- Obrigado.
E ri. Um riso estranho... mistura de compaixão e mal-estar.
A segunda foi acompanhado, com meu amigo Marcos do Coisa de Prata. Voltávamos de um jantar num restaurantezinho italiano nas mediações da Paulista. Já perto de casa, sobe uma menina com trajes estranhos. Tudo bem, ninguém se traja muito normal nessa região. Porém percebemos que ela estava com um jornal na mão, gesticulava largo com os jornais e falava. Nos olhamos e ficamos quietos. Quando passou ao nosso lado, ela emitiu um grunhido, e continuou a andar, o riso foi inevitável. Ao olharmos para trás, ela nos seguia, rindo e falando. Tivemos medo, apertamos o passo e entramos no prédio. Tá louca?
Não sei de quem tenho mais medo: se dos loucos varridos ou dos loucos embutidos. Vai saber, né?