
A vida do turco Nejak (Baki Davrak) e de seu pai, o aposentado Ali, corria bem e tranqüila demais em Bremen, cidade alemã. Órfão muito prematuro, Nejak foi criado apenas pelo pai e, com muito esforço, se torna professor em uma grande universidade. Porém seu pai, saudoso dos tempos áureos da juventude, decide ter um caso com a prostituta Yeter. Esta tem uma filha, que está na Turquia, distante há anos da mãe, que com o dinheiro que ganha ajuda a pagar os estudos universitários da filha. A morte súbita de Yeter afasta pai e filho e Nejak resolve seguir para a Turquia para encontrar a tal filha distante para poder ajudá-la. E daí começa realmente a história. Porém, mal sabe ele que a tal filha está a caminho da Alemanha...
Não possso me alongar em mais detalhes sem revelar fatos do filme. Diferente do que já devem estar pensando alguns, o filme não tem base no sexo ou em interesses outros que não a velha e famosa alteridade, o sentir pelo outro, a compaixão (ou, como seria em alemão, o Mitgefühl, "co-sentimento"). Engraçado, há dias comento com pessoas sobre esse sentimento e também sobre o enxergar o outro, perceber a situação do outro e ajudar como se pode, como se deve. E esse filme está além do simples ajudar ao outro, mas também de se ajudar, se reencontrar muitas vezes com um passado que já não voltará, mas que monta as bases de um futuro, um novo amanhã. Gerações que se desentendem, governos que se omitem e oprimem, o sentimento de distância pelo outro são os fios que conduzem o filme que tem a delicadeza e uma coisa que as pessoas (como eu, por exemplo) se encantam com o cinema de influência germânica: o silêncio. Ele diz e grita em muitas cenas a que veio, como uma personagem que se esgueira e acaba tomando conta de diversas cenas, com uma beleza incomum. Ganhador do prêmio de melhor roteiro no festival de Cannes de 2007. Vale muito a pena.
Não possso me alongar em mais detalhes sem revelar fatos do filme. Diferente do que já devem estar pensando alguns, o filme não tem base no sexo ou em interesses outros que não a velha e famosa alteridade, o sentir pelo outro, a compaixão (ou, como seria em alemão, o Mitgefühl, "co-sentimento"). Engraçado, há dias comento com pessoas sobre esse sentimento e também sobre o enxergar o outro, perceber a situação do outro e ajudar como se pode, como se deve. E esse filme está além do simples ajudar ao outro, mas também de se ajudar, se reencontrar muitas vezes com um passado que já não voltará, mas que monta as bases de um futuro, um novo amanhã. Gerações que se desentendem, governos que se omitem e oprimem, o sentimento de distância pelo outro são os fios que conduzem o filme que tem a delicadeza e uma coisa que as pessoas (como eu, por exemplo) se encantam com o cinema de influência germânica: o silêncio. Ele diz e grita em muitas cenas a que veio, como uma personagem que se esgueira e acaba tomando conta de diversas cenas, com uma beleza incomum. Ganhador do prêmio de melhor roteiro no festival de Cannes de 2007. Vale muito a pena.