Tropa de Elite: ainda não vi

E não é que não vi o tal de Tropa de Elite. Apesar disso, já sei de todo o elenco, das frases do Capitão Nascimento, das piadas sobre o filme e de todos os elementos que o transformaram em filme pop. Em reportagens e mais reportagens, as pessoas divagam sobre a importância do filme para o repensar a segurança nacional.

Sabe o que eu acho? Que a importância é mínima.

Pelo que li (esse é apenas com o olhar de fora, trazido do que li e vi até agora), dá pra dizer que Tropa de Elite (T.d.E.) não quer dizer muita coisa para a sociedade. Não tem tom de denúncia contra os métodos abusivos do BOPE, não faz com que pensemos no tráfico como um mal hoje tão disseminado que quase não há luz no fim do túnel, não traz a consciência aos jovens que de certa forma alimentam a indústria das drogas. É apenas mais um hit quase hollywoodiano, com direito a trilha sonora de sucesso (pará-papapá-papapá-papá...), bilheteria gorda e louros para a boa atuação dos atores.

Mais uma grande jogada de marketing, que para as más-línguas não passou de jogada da própria produção do filme: a divulgação e distribuição do filme pela indústria da pirataria. Depois de tantas histórias, podemos afirmar tranqüilamente que essa maracutaia foi uma mão na roda. Se o mesmo tivesse acontecido com Baixio das Bestas, O Céu de Sueli ou mesmo com O cheiro do ralo, talvez o sucesso desses ótimos filmes brasileiros fosse maior. O elemento violência explícita aliado ao cambalacho de alguém da produção que vendeu baratinho uma das cópias fez T.d.E. explodir, mas muita gente nem se deu ao trabalho de ir ao cinema prestigiar: se contentaram com a cópia pirata.

Agora só preciso conferir (no cinema, claro) o Tropa de Elite. Antes que peguem o saco para mim...