Começou...

2008 começou, minha gente. E agora?

Agora que nada muda. Não sei se acontece com vocês, mas tenho a sensação nítida que as Festas de Fim de Ano são apenas um lapso de tempo no qual entramos para nos divertir e descansar um pouco antes de dar continuidade à vida, que na verdade não parou. Há sempre o desejo de que o próximo ano seja melhor e há luta para que realmente seja. Mas, antigamente, o Ano Novo parecia novo de verdade.
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Você fez suas resoluções de Ano Novo? Ainda há tempo de prometer todas aquelas coisas que ninguém cumpre, apenas para sentir que o ano será promissor. Juntar dinheiro? Encontrar uma pessoa especial? Mudar de vida? Olha só: desencana. Se não cumpriu em todos os anos anteriores, o que teria de diferente em 2008 para você cumprir? A não ser que emagrecer seja uma recomendação médica...

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Eu boto muita fé em previsões. E em Papai Noel também. E na paz no Iraque. E você?

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Natal é sempre bom. Mas ser Papai Noel não é tão boa idéia... ainda mais com um sobrinho bem espertinho que está quase com quatro anos. Tive que ficar no corredor de fora da casa, escuro, para ele não desconfiar... se bem que ele queria mais era presente. Será que o encanto do Papai Noel é só pretexto?

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Nas viagens de ano novo tudo é lindo, todo mundo se ama e deseja o bem. Até o dia 31, onde ninguém mais se agüenta e o desejo, na verdade, é que todo mundo se foda. Com jogo de cintura dá para agüentar os mais chatinhos e dar mais atenção a quem merece. Mas olha só: bêbados de plantão ninguém merece. Esses deveriam ficar amarrados no pé da mesa da ceia.
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Tirando os acidentes com ou sem vítimas fatais, a volta do feriado é sempre divertidíssima. Você já olharam os habitantes dos carros vizinhos (sim, habitantes, pois se passa tanto tempo no trânsito que se acaba fazendo tudo dentro do veículo)? Na minha volta vi muita gente com cara de bobo olhando o congestionamento (talvez eu estivesse com essa cara também), gente almoçando e jantando, muitos dedos distraídos no nariz, limpando o salão sem dó, uma mulher fazendo a unha, uma kombi estilo Miss Sunshine, os maninhos ouvindo rap e achando mó legal. Realmente uma diversidade que dá história...

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Finalmente, em casa. E agora, vamos jantar? Abri a geladeira, ela fazia eco entre o vale Smirnoff e o vale Pinga-de-Paraty. Não tinha nem um ovo para fazer omelete. O que eu havia trazido do espólio do sítio (mostarda, catchup, torradinhas Marilan, bolachas doces e pão de cachorro-quente) não dava para preparar nada decente. Desci até a rua, fui ao supermercado do shopping: cara na porta. Fui até o Econ, supermercado 24 horas, na certeza. Puf de novo: fechado. Olhei o mercadinho do chinês da minha rua, realmente nojento o lugar: comprei um pacotão de Doritos e pedi uma pizza numa pizzaria desconhecida e ruim, por sinal. A de costume estava fechada. As pessoas deveriam trabalhar no ano novo... ou não, né?

Talvez o jeito fosse contratar apenas judeus. Mas judeu não é contratado, apenas contrata... mundo complexo esse...

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Dia 2 de janeiro deveria ser dia de todos os outros santos esquecidos e da paz intergaláctica, para podermos ter mais um diazinho de folga. Pô, ir para o escritório para passar a manhã toda fuçando na Internet e lendo jornal, poderia ter feito isso em casa.

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E agora realmente começou. Já estamos na beiradinha do dia 3 de janeiro (aniversário de Paulo Vilhena, como vivi sem isso até agora?!?) e é hora de botar a mão na massa. E o Vermelho.Carne começa sua produção de 2008 com os dois pés direitos, pois a uruca ficou em 2007 e eu já fiz minhas promessas. E a primeira delas é: não prometer nada.

FELIZ 2008!!!