
Queria encontrar a palavra mágica que, quando proferida, silenciasse as máquinas, o teclar insano dos computadores, os telefones e rádios e envolvesse todos numa atmosfera relaxada, tranqüila e pacífica. Essa palavra impronunciável nos dias de hoje é o caminho da tranqüilidade, do bem-estar e da harmonia. Hoje é tão falada e tão pouco praticada. Paz, três letras que mudam destinos, que embalam meninos que dormem tranqüilos, que pairam sobre o olhar longínquo e o sorriso maroto da avó tomando sorvete e lembrando dos tempos em que paz não estava apenas no dicionário, era parte da vida das pessoas. Sempre houve guerra, sempre houve discórdia. Mas sinto, com os olhos marejados, que nunca estivemos tão distantes da paz. O homem ceifa o que há de mais precioso nele mesmo, a capacidade de ter paz, de fazer a paz.
No dia em que houver o nada, no qual os escombros fizerem parte de nossa vida mais que já fazem, em que a tristeza for o único sentimento que o homem consiga carregar, perceberá ao avistar o último dente-de-leão, que espalha suas sementinhas ao vento, o sentido da única palavra que nunca respeitou: paz.
(Com esse texto quero pedir a cada um que, ao acordar, pense naqueles que ama e mande de todo coração um pouquinho da paz que deseja para si próprio. Arianna, essa é pra você.)