Às vezes me sinto algo estranho quando me deparo com essa triste verdade: somos ainda um país de analfabetos, senão efetivos, funcionais. Sem trazer à baila dados, estatísticas e números, visto que falo de letras que se confundem diante de olhos pouco treinados, me considero meio Quixote, meio ingênuo quando sigo esse sonho de escrever. Paradoxo escrever num país de analfabetos? Talvez mais esperança de que algo mude.
De um lado, vejo os prêmios literários e iniciativas que aproximam cada vez os leitores dos autores, os compradores dos livros à venda e os futuros leitores daquilo que os vai encantar pela vida toda: os livros. Não venho de uma família leitora, mas de uma família que fez de tudo para que a leitura fosse uma das prioridades. Não tive tantos livros quanto meus amigos (um deles, filho de uma professora e tinha todos os livros do mundo) e talvez isso explique minha atual compulsão pela compra dos livros. Mas infelizmente sou um em milhares.
Por outro lado ouço muito a frase "não gosto de ler". Entristece ouvir essa frase, não pela opção da pessoa assistir televisão em vez de ler um bom livro, mas sim pela formação cultural da pessoa. A vida blockbuster-fast-food ainda paira dominante, apesar de as livrarias estarem cada vez mais cheias. Então cabe a nós, leitores apaixonados, vorazes devoradores de letras, incentivar a leitura, persuadir as pessoas de que a leitura faz bem, obrigado, em todas as instâncias de nossa vida. Uma pequena biblioteca no trabalho, na qual se troquem livros, rodas de leitura nas escolas, presentes aos amigos.
Por isso, convoco a todos: Livro na Mão e força na letra!