A nudez I

Todos os dias saio do prédio às quatro e trinta, às quatro e trinta pego minha carteira de cigarros, minha caixa de fósforos e saio. Apesar de ser permitido fumar na repartição, aproveito para ver a rua e os carros e as pessoas naquele desatento desfile cotidiano. Hoje, no mesmo horário, vi na vitrine da loja de roupas uma mulher nua. Nua na vitrine. Havia algo de errado com aquela mulher.