Diário de Viagem - 10 a 12 de maio


(Veja as fotos ao fim)
10.05.09

Depois de um voo complicadíssimo, apertado e desconfortável, chegamos a Frankfurt Am Main: aeroporto impressionante. Ver a placa Ausgang depois de pegar as malas e ver muitos turcos e gente de burqa, saímos para encontrar nossos anfitriões, Herr Zwimmlick e Herr Breuer: pausa para foto, entramos na van que nos levou a uma pequena cidade nas proximidades de Darmstadt chamada Manschal. Logo encontramos uma pizzaria, encostada a um campo de futebol, onde as pessoas jogavam bocha nas laterais do campo. A atendente (e provavelmente dona do restaurante) foi muito simpática, inclusive na hora de comprarmos um isqueiro numa máquina que nos deu problemas. Tomamos a cerveja da região, deliciosa, encorpadinha. Voltamos para o hotel, nos vestimos e seguimos para a recepção do Rotary no restaurante Darmstädter Hof para o time brasileiro. Jantar bacaninha (descobri como fala “cupim”, a carne, em alemão e bastante conversa, presentes e troca de elogios). Há uma galera de partida para São Paulo no próximo fim de semana, muito simpáticos, principalmente uma garota chamada Olympia, que já conhece o Brasil e tem parentes em Sampavelox (olá, Prensada). Na verdade, nosso grupo fez um fiasquinho, mas nada que pudesse comprometer a viagem. Após o jantar, seguimos novamente para o hotel, onde conversamos um pouco e eu fui logo dormir, pois não havia cochilado como um dos integrantes do grupo, nem dormido no voo como as meninas. Nessas horas em que se reúnem tristeza, saudade e sono, o melhor a fazer é se entregar ao Morfeu e dar adeus ao mundo, seja ele qual for.

11.05.09

Acordamos cedinho hoje, pois tínhamos uma visita guiada a alguns pontos turísticos de Darmstadt, uma conhecida cidade universitária aqui da Alemanha. Finalmente tirei minha dúvida do motivo pelo qual Darmstadt (Cidade do Intestino numa tradução grosseira) tem esse nome: o rio que corta a cidade é muito sinuoso, como uma tripa dentro do corpo, daí no nome. Talvez tenha alguma outra razão, mas essa me pareceu bem convincente. Conhecemos um museu de arte no qual os artistas faziam de tudo um pouco (inclusive a mobília das suas casas que ainda ficam nos arredores), a Hochzeitsturm (Torre do Casamento) ou Fünf-Finger-Turm (Torre dos Cinco Dedos), que foi um presente do município para o rei da época de sua construção. Além disso, visitamos o antigo reservatório de água de Darmstadt, que até hoje precisa ficar com água até mais de um palmo, pois do contrário o cimento resseca e faz o reservatório e o museu que há sobre ele ruírem. Entramos de bota e tudo, animação total. Depois, comemos num italiano (como há restaurantes italianos nessa parte, incrível) e seguimos para o Jardim Botânico da cidade. O Herr Schmeckenburger nos deu um show de aula de botânica em pouco tempo, nos mostrou o que havia de melhor nesse lugar. Então seguimos para deixar cada um no seu quadrado, ou seja, cada qual para uma família. Eu segui para casa de Herr und Frau Daum, um casal de senhores simpatissíssimo que me cedeu seu belo Dach (sótão) para passar duas noites e me levaram “pra night”: comer no restaurante mais antigo da região em funcionamento, o Bockhaut, dar uma volta pela cidadezinha, tirar muitas fotos, comprar xampu e sabonete, além de um adaptador para minha tomada do notebook (Mensch, aqui há uma loja chamada Saturnus, de produtos informáticos, que eu quase tive um treco de tanta coisa maravilhosa. Talvez eu leve algo, me aguardem). Agora chegou a hora de dormir, pois amanhã há um fórum europeu de tecnologia de tradução no qual vou me esbaldar. Em Frankfurt am Main. Ich werde an alle Euch erinnern, klar? Mach’s gut!

12.05.09
Naja, aqui estou eu novamente. No momento estou num fórum de um famoso programa de tradução, no qual assistimos diversas palestras sobre tradução. Quem me trouxe aqui foi uma rotariana bastante jovem e simpática chamada Astrid Podack, dona de uma empresa de documentação técnica e tradução. Nesse meio tempo conheci um português chamado DeVianna (sobrenome) que mora há alguns anos aqui na Alemanha e faz traduções técnicas. Cartões distribuídos, claro, e um pouco de tédio agora que as coisas estão acabando. Mais tarde irei a um clube de Rotaract, conhecer os jovens alemães que em breve serão rotarianos. Não se fala muito de Rotary aqui, mas sim do Brasil. Eles querem saber como são as coisas, como os brasileiros se comportam aqui e ali, é bastante interessante falar de si. O idioma já não é um grande problema, apenas quando eles disparam a falar e eu não entendo lhufas: daí espero reconhecer uma palavrinha conhecida ou outra e dou um sorriso ou digo ‘ja’ ou ‘nö’, dependendo da entonação deles. Continuo aqui sem conexão, pensei que terei um espaço para fazer um passeio pela cidade, mas nem isso. Ainda escrevo no Word para depois passar ao blog.
Hoje foi minha última de Darmstadt. Primeiro fomos a uma reunião do Rotaract, depois meu hospedeiro, Herr Dauman, me mostrou mais um pouco da Darmstadt que sobreviveu ao bombardeio. Em seguida fomos para casa, onde tivemos um gostoso “Abendbrot”, uma espécie de jantar, mas apenas com pães, frios, queijos e afins. Depois disso, uma taça de bom vinho com queijo, pretzels, mais histórias e palavras de despedidas e de como foram bons os dois dias com eles. Ganhei um livro com dedicatória sobre a região e pais alemães de primeira.
O que posso dizer é que estou ainda maravilhado com tudo e que a ficha caiu, mas não totalmente. Estranho, estar numa terra que sempre se sonhou, falar o idioma que levou tanto tempo para mais ou menos aprender, tudo isso ainda é muito novo. Estou no terceiro dia e já me surpreendo como falo e como ouço as pessoas. É uma música diferente que faço questão de dançar com alegria.

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