Diário de Viagem - de 13 a 15 de maio

13.05.2009

Hallo! Esse é o cumprimento mais usual entre os alemães, sejam conhecidos ou desconhecidos. Antes de sairmos de Darmstadt ainda fizemos uma pequena despedida com uma visita à Universidade Técnica de Darmstadt, onde na companhia da querida Olympia e do Herr Breuer conhecemos várias dependências da TU (Technische Universität), sendo recebidos pelo reitor da Uni. Vimos as impressionantes pesquisas que eles fazem, inclusive a da menina Olympia, que com 27 anos já está avançada em seu projeto de doutorado bastante técnico (ela é engenheira de produtos), além de outros projetos de outros alunos. Também visitamos uma fábrica-laboratório de pistões que tem como funcionário um alemão que morou muitos anos no Rio e casou com uma brasileira: fala um português correto, apesar do forte sotaque. Almoçamos na cantina da TU (que eles chamam de Mensa), comidinha com a qual já estou acostumando: goulash de carne de cordeiro (Kalb), Spätzle (uma espécie de nhoque compridinho) e couve-de-bruxelas. Em seguida, voltamos à Uni, mas o sono foi forte até chegarmos ao canal de vento, onde os estudantes e empresas fazem experimentos para a indústria aeronáuticas e afins. Tiramos fotos, ouvimos bastante alemão e, como sempre, nos divertimos. Em seguida fomos até a casa do Herr Breuer e lá tomamos café, comemos doces e acessamos a Internet. Pude escrever algumas coisas, responder alguns e-mails, mas foi por apenas uma hora, pois a Renata estava para chegar. Quando ela finalmente chegou partimos para Ingelheim: se Darmstadt é uma pequena cidade, vocês não conhecem Ingelheim. Pequenina e simpática, fica às margens do rio Reno e é deliciosa. Nossos novos pais, Hansi e Ernst, são muito legais: ele, quietão, ela, falante até os cotovelos. Fomos a um restaurante perto do rio, Zum Lockschuppen, uma antiga estação de trem, onde conheci alguns rotarianos da região e conversei bastante, praticando meu parco alemão. Fiquei feliz, que não cometi muitos erros e que todos foram prontamente corrigidos por Hansi. Voltamos para casa, depois de uma pizza de presunto com aspargos e duas grandes taças de cerveja pils (volto especialista para o Brasil, hein?) e não conseguimos novamente conexão de Internet. Saco...
Sehen uns wieder naher, ok? Até mais...

14.05.09

Ó nóis aqui travêis, Brasil: com força total em Ingelheim, acordamos bem cedo para a programação do dia. Acordei um pouco mais cedo, tomei meu banho e rumei para o café. Daniel e Alê ainda ficaram um pouco na cama, eu resolvi aproveitar os pais mais um pouco. Tomei meu café e depois, com um jornalzinho, fui para a varanda do casal fumar um cigarrinho e ler um artigo sobre o budismo e a incapacidade do ser humano de aceitar o passageiro. Não à toa, Hansi tem na sua casa, na entrada, um guerreiro Xi’ang em pedra, em tamanho natural, porém made in Germany. Depois que os meninos tomaram café, seguimos para a WIV, uma revendedora de vinhos que recebe vinhos de todo o mundo e, depois de um processo apurado de filtragem, são vendidos em todo o mundo. São dez milhões de garrafas de vinho armazenadas, com um controle absurdamente grande sobre a qualidade dos vinhos recebidos. Sebastian, o especialista em vinho e o dono da empresa, Herr Kuno Pieroth, nos acompanharam em uma hora de visita a fábrica, que compreendeu desde a recepção dos vinhos até a prova que foi feita por nós de três vinhos deliciosos. Detalhes: às 10 da manhã. Às 11h00, Ernst nos levou até o Supermercado Globus, onde fizemos comprinhas: guarda-chuva, chocolates e o pijama que eu havia esquecido de comprar, além de um perfuminho e otras cositas. Tentei imprimir uma foto para enviar ao casal Dauman, mas não rolou, pois a única máquina de imprimir na hora estava ocupada e nós estávamos em cima da hora. Almoçamos, pegamos Hansi em casa e rumamos para a ZDF.
O Zweiter Deutsche Fernseher (ZDF) é um canal de televisão com sede em Mainz e filiais em toda a Alemanha e em diversos países. Lá fomos recebidos por Joachim, um careca simpático e falastrão, enquanto esperávamos a Leda, que tinha ido cedinho para a tevê (ponto de interesse dele, ela é jornalista). Nesse tempo, comprinhas na loja do canal. Enquanto ele despejava informações sobre a TV, Haroldo fazia a interpretação para os que não falam alemão e todos ríamos muito. Vimos diversos estúdios modernos, um parque feito pela TV, instalações modernas e, ao fim, assistimos um programa de notícias e variedades ao vivo chamado hallo, deutschland!. Saímos felizes da ZDF, com a certeza de que tudo que havia acontecido conosco até aquele momento era especial.
E não tínhamos visto nada ainda: terminamos a noite num restaurante antigo, na cidade de Bingen, chamado Krugrer-Rumpf. Além de restaurante, a antiga casa de 1830 também abriga uma vinícula (e dá-lhe vinho), um dos melhores da Alemanha, feito na região de Nahe (proximidades de Bingen). Comida deliciosa, com carne macia de cordeiro com batata e molho de alecrim, vinhos de diversos tipos e conversa da boa com dois senhores alemães que já visitaram o Brasil e ficaram bastante felizes em nos receber. Visitamos a adega e os barris de maturação dos vinhos, as novas instalações que abrirão em agosto. Mesmo com a chuva que caiu forte (ainda bem que comprei um guarda-chuva). Fim da noite, ligadinha para a mãe para dizer que estou com saudades, um papinho com meu sobrinho bem rápido. Percebi que a primeira semana da viagem já foi vencida. Mais quatro e estou de volta. Me aguardem para mais novidades.
Ah, estou sem Internet novamente. Quando eu finalmente tiver acesso, vocês terão bastante o que ler. Bis bald...

15.09.07

Hoje tivemos uma grande visita à Boehringer Ingelheim, a indústria farmacêutica que emprega grande parte dos habitantes de Ingelheim e mediações. Primeiro fomos à área de meio ambiente da empresa, conhecer as instalações. Em seguida, fomos Leda e eu para a área de comunicações da empresa, sob a chefia do Herr Baum, um rapaz bastante simpático e divertido. Cada vez mais tenho essa impressão: o alemão é um povo sério, mas que sabe ser divertido quando quer ou precisa. Acredito que esse será um dos grandes ensinamentos que essa viagem irá me proporcionar, além de, claro, a melhoria a olhos vistos do meu alemão (assim espero). Conversamos bastante com ele sobre comunicação, cultura da empresa, manutenção da marca e afins. Daniel e Alexandre seguiram para a área de finanças, Haroldo e Renata foram para a logística/distribuição. Após o almoço, nos reunimos e seguimos para a visitas das instalações de segurança, produção e embalagem dos produtos químicos da BI. Pena que não conseguimos tirar fotos, é estritamente proibido fotografar dentro da empresa (pior que em muitos museus aqui), talvez uma questão de segurança comercial. As instalações são impressionantes, valeu conhecer. Em seguida, depois de pegar uma bela chuva no caminho, fomos a um museu em Ingelheim onde vimos uma exposição do pintor russo Chagall, muito bonita. Mas antes tomamos um espresso com bolo no café aberto especialmente para exposição na frente do museu: contêineres que servem como bar, fantástico. Depois fomos jantar num belo restaurante em Bingen que tem o melhor vinho tinto da região. Só para variar, saímos bem calibrados de lá direto para casa, depois de boa comida típica alemã, bastante vinho e aspargos, nossos fantasmas na Alemanha. Tentamos dormir, mas antes rimos um bocado da noite divertida que havíamos tido. Mas o dia seguinte prometia, então tratamos de ir cada um para sua cama dormir e esperar o dia que já havia começado...