Eva e sua travessia

Muitos aqui já perceberam, sou realmente um tarado por livros. Sou daqueles que, em vez de roupa, óculos escuros e afins, gasto com livros. No meu Orkut, básico, digo que quero todos na minha estante, tenho várias comunidades sobre livros, sou realmente apaixonado. E aqui em Sampa abriram (e ainda vão abrir) tantas livrarias encantadoras que não dá pra escolher em qual entrar. Mas a rainha das livrarias, hoje, sem dúvida é a Cultura do Conjunto Nacional, um dos símbolos da Avenida Paulista. Talvez eu já tenha falado dela aqui no blog (minha imaginação não está muito boa), mas nunca é demais.

Hoje, por exemplo, fui lá. Compromisso com amiga desmarcado, preguiça de voltar para casa, que tal passar na Cultura? E lá fui eu, meu iPod e minha bolsa, animadíssimos para entrar e pesquisar milhões de coisinhas. Tinha uma missão (hum... ainda top secret) e me surpreendi no meio dela com um livro chamado A Travessia de Eva, de Pierre Péju. Livro pequeno, 162 página, mas que tem uma sacada muito boa. Você já sabe o que acontecerá com a pequena Eva, menina que vive com a mãe em uma cidade francesa, mãe esquecida e desleixada, e como o destino da menina se cruza com o do gordo livreiro Étienne Vollard. E a grande sacada do livro é que antes de o fato acontecer, você já está a par dos acontecimentos que desencadearão todos os outros, a grande dinâmica da vida vista com lentes de aumento, a distância brechtiana de um lado, a sensibilidade do escritor do outro lado num embate que faz do livro um achado. E a tradução é muito bem feita, parabéns ao tradutor (putz, esqueci o nome do cara). Bem, aviso que não comprei o dito cujo ainda, mas loguinho ele estará aqui na minha estante. Pois realmente vale a pena (ao menos até onde li).

ATUALIZAÇÃO: EU GANHEI LIVRÔ! EU GANHEI O LIVRÔ! AGORA NA MINHA ESTANTÊ!