Momentos conturbados nublam a imaginação de uma forma estranha. Não há motivo, na verdade, para tal conturbação. Talvez a vida esteja mais veloz e eu, ingênuo, tento brecá-la para meu passo. Eu, que sempre corri para ela me alcançar, agora peço arrego, ao menos por um momento.
Muito trabalho, talvez?
Ou muita vontade de fazer mil coisas, traçar mil planos, mas muitas coisas se esvanecem como volutas que dançam em frente ao espelho depois de um banho quente.
Às vezes é só o que desejo: um belo banho quente.
E a vida, tão veloz, me agarra pela mão e faz com que eu a siga, ensandecido. Tantas coisas que ainda não vi, tantas mtas que não alcancei, tantas páginas que não li. Outrora eu adoraria esse ritmo louco da vida, mas agora quero paz.
Muitas vezes, apenas é a paz que desejo.
E tantas coisas que contradizem meu bom humor, que me tiram do sério, que me enfadam, que me surtam. Ainda há verdes olhos que me acalmam, doces beijos que me alimentam o querer. Ainda me seguram nos eixos.
Porém, quando deles me despeço, que há de se fazer, que faço então?
Volto ao mundo enlouquecido, sem freio.
Esqueçam tudo que eu disse. São apenas lamentações de mim, que as odeio de todo meu coração. Ou falta de imaginação.
Ou quem sabe, os dois...