Às vezes, o que resta, é manter as mãos bonitas




O quanto você se sacrificaria por amor?

Acho que já fiz essa pergunta aqui e achei que ela havia sido respondida. Até assistir Irina Palm (Bélgica/Luxemburgo/Inglaterra/Alemanha/França, 2006), filme que eu já estava doido para ver e encontrei, por acaso, no Reserva Cultural num horário de férias: 13h00.

Maggie (Marianne Faithful) é uma viúva de meia-idade de uma pequena cidade inglesa próxima a Londres que, junto com o filho e a nora , lutam para salvar a vida de Ollie, o netinho que carrega uma grave doença. Quando o dinheiro da família se acaba surge, como por encanto, uma possibilidade de tratamento ao pequeno. Porém o tratamento está muito além das posses esgotadas de Maggie. Depois de muito buscar, Maggie chega ao clube privê Sexy World, cujo dono, Miklos (Miki Manojlovic) vê nela uma possibilidade de ter bons lucros. Com ajuda de Luisa (Dorka Gryllus), sua colega, aprende como manusear os "instrumentos" para dar prazer aos homens e, em pouco tempo, ela se torna Irina Palm, "a melhor mão direita de Londres".

Sam Garbarski consegue, sem sombra de dúvida, um belíssimo filme, distante de tudo o que é obsceno em cenários nos quais a vulgaridade é palavra de ordem. Prostitutas, cafetões, sexo fácil, tudo que um bom enredo picante pede. Porém a fantástica (para dizer o mínimo) Marianne Faithful, na pele da viúva, transforma todos esses ingredientes num drama tocante, muitas vezes cômico, e que nos faz pensar qual o limite do amor incondicional. Ao que uma pessoa pode se submeter para salvar a vida de quem ama e, ao mesmo tempo, salvar-se do buraco negro no qual muitas vezes se torna a velhice. Há muito um filme não me deixava pensativo como esse deixou.

Uma das cenas mais deliciosas do filme é a reunião com as amigas para o chá da tarde. Imperdível.

Vale a pena!