Pensei num texto bonito e elegante pra colocar nesse dia. Mas as letras se embaralharam de um jeito que nada saía direito. Queria algo com começo, meio e fim, com frases tiradas de baús de ouro, mas apenas consigo ser sincero nesse momento. Sincero primeiro com as minhas limitações e percalços, que não são poucos, mas me fazem crescer. Sincero com aqueles que me amam e que estão ao meu lado nesses momentos difíceis. Sincero com a alegria que tanta gente me traz, num gesto carinhoso, numa piada maldosa, num sorriso bonito, num beijo molhado.
E pra ser sincero, escrever baús de ouro não significa nada quando não se tem o mínimo, o básico, que é uma vida em paz. Sem ódios, sem intrigas, com força pra todos os dias encarar esse mundo tão bárbaro no qual vivemos, onde se mata por amor, por dinheiro e muitas vezes por absolutamente nada. Com coragem pra enfrentar nossos medos mais íntimos, botá-los pra fora da mente e viver instantes que parecem bobos, como ver uma joaninha pousar no nosso braço, ouvir folhas farfalharem tímidas, sentir o geladinho de um copo bem grande de água.
E hoje, nesse texto assim-assim, me despeço dos 28 anos. Com minha sinceridade à flor da pele. Meu amor em polvorosa. E meu sorriso, maior que nunca.