Muito prazer, Le Clézio

 
Foto: E. Feferberg EPA/SCANPIX
Ontem foi anunciado o Nobel de Literatura, com prêmio de 10 milhões de coroas suecas (ou 1,02 milhões de Euros): Jean-Marie Gustave Le Clézio, autor francês de 68 anos, foi laureado com o que se conhece como um dos maiores (e mais rentáveis, tanto em premiação como em repercussão) prêmios mundiais. A Academia Sueca justificou a escolha  qualificando-o como “autor de inovações, aventuras poéticas e êxtase sensual, explorador de uma humanidade que transcende a civilização dominante". Ah, não conhece Jean-Marie Gustave Le Clézio? Bem, nem eu havia jamais ouvido falar do cara até ler no PublishNews de ontem sobre a premiação e saber que é um dos maiores escritores franceses da atualidade, de acordo com pesquisas na sua terra natal. Com algumas de suas obras traduzidas no Brasil (como O peixe dourado de 2001 e A quarentena, de 1997, ambos da Cia. das Letras, e O africano, de 2007, da Cosac Naify) figura entre aqueles autores fantásticos que são apenas conhecidos depois de um grande sucesso ou de sua morte (ainda mais quando a morte tem elementos estranhos, como o suicídio de David Wallace Foster no mês passado e que até agora não chegou em terras tupiniquins e, em breve, estará traduzido numa livraria perto de você). Por isso, ao mesmo tempo que acredito que nem todo best seller seja de qualidade duvidosa, temo pelo destino de tantos escritores relegados ao esquecimento (temendo ao mesmo tempo pelo meu destino como, quiçá, futuro escritor) e escondidos entre caixas e caixas de bruxinhos, pipas, cachorrinhos engraçadinhos e anéis. 
Espero em breve poder prestigir monsieur Le Clézio com a leitura de seu último livro. Daí conto aqui a experiência com o novo Nobel.