Encontrei, no blog da querida tradutora Denise Bottmann, um banner da campanha Texts Don't Grow in Trees (Textos Não Dão em Árvore). Ao entrar no site da campanha, dei de cara com um texto ótimo que eles pedem pra divulgar. Quem sabe a tradução que fiz do texto não serve como o pontapé inicial de uma campanha brazuca, hein? Boa leitura:
O Congresso Europeu de Escritores lançou uma campanha que objetiva nos próximos dois anos aumentar a consciência pública sobre os Direitos dos Autores. Textos não dão em árvore, são obras feitas por autores.
Em uma época na qual os modelos distribuição digital são desenvolvidos em todo o mundo - muitas bibliotecas e editores digitalizam seus catálogos para publicação na Internet - a campanha tem foco no perigo que isso inflinge aos direitos dos autores. Não é um sonho futuro, mas um acontecimento muito presente, e em breve muitos textos protegidos estarão livres para download.
O acesso facilitado a textos é bom para todos, inclusive para os autores, mas os perigos não devem ser ignorados. O plágio já se mostra bem-estabelecido como uma conseqüência negativa: em nossas universidades, professores têm ciência de que alunos copiam e colam trabalhos alheios da internet. O romance "How Opal Mehta Got Kissed, Got Wild and Got a Life, de Kaavya Viswanathan foi retirado das livrarias por sua editora, a Little, Brown and Company, logo após sua publicação quando foi descoberto que grandes partes do livro haviam sido copiadas de outros romances.
Nessa era de fácil disponibilidade e acesso aos textos, a moral dos autores e os direitos autorais são negligenciados, seja de forma consciente ou por ignorância. Há uma dessensibilização rápida e crescente ao fato de que por trás de toda a obra há um autor, do qual o sustento e a reputação repousam no reconhecimento de sua autoria. Liberdade de acesso vem sendo confundida com liberdade de uso sem permissão ou pagamento.
Como autores, desejamos que nossa campanha "Textos não dão em árvores" sensibilize nosso público dos nossos direitos e de suas responsabilidades. Diferente da indústria musical, não queremos processar ou declarar guerra às pessoas. Ao contrário, queremos abrir um diálogo com elas para que entendam e aceitem nossa posição: Sim, baixem nossos textos, mas respeitem nossa moral e direitos autorais, além de nosso direito a sermos remunerados por nosso trabalho.
Mesmo a mais avançada tecnologia de proteção contra cópias ilícitas é inferior à compreensão e à boa vontade de nosso público. A melhor proteção contra cópia é aquela que conseguiremos instalar em sua consciência. Chamamos isso de Respeito.
Essa campanha precisa de sua ajuda, pois é sua campanha também. Espalhe essa mensagem. Visite o site - www.yourauthor.org - baixe o banner. Coloque em seu site e mesmo em seus e-mails. Muito obrigado.
Pelo Congresso Europeu de Escritores
Adi Blum
Graham Lester George
(Tradução de Peterso Rissatti)