Maresias


Olhos úmidos, onde nadam sereias de voz serena,
Nos mares das pupilas cheias se aventuram
Jangadas rebeldes que rompem as vagas avolumadas.
Pequena é a lágrima que escorre daquele rosto moreno
Se comparada à água talhando seus lábios trêmulos.
A espuma singra o pescoço, rápida ganha o resto do corpo
Branca como a neblina que recobre o mar calmo do amor que sente
Como a bruma sobre as ondas enfurecidas do seu desejo.

Publicado originalmente em Letras e Vozes.