Como me tornei tradutor...

O Danilo Nogueira, querido amigo tradutor que mantém o blogue Tradutor Profissional (para quem quer ingressar na profissão de tradutor, é um manancial de boas dicas), pediu que seus leitores contassem como começaram a traduzir profissionalmente. Lá vai a minha história (que depois colocarei lá nos comentários do blogue dele):

Sempre fui apaixonado pelo teatro e, não só pelo teatro, mas por todas as artes que o envolvem: cenografia, direção, sonoplastia, iluminação e tudo mais. Fiz teatro amador durante meus três anos de BH e quando voltei a São Paulo continuei em grupos amadores de teatro até os 16 anos, quando já havia me decidido: vou estudar artes cênicas. Daí veio o primeiro choque de realidade: teria que estudar em tempo integral e não podia deixar de trabalhar. Segundo choque: para passar na prova da EAD era necessário um esforço hercúleo de uma mente ainda despreparada, uma avaliação terrível e esse cenário me vez deixar o sonho do teatro para mais tarde. Havia estudado inglês com o Curso da Globo, aquele das fitinhas, e fui bastante bem na medida do possível, pois tirava notas ótimas na escola. Desconsolado por não ter mais a opção das artes cênicas e meio perdido, encontrei certa vez minha professora de inglês do ensino médio, chamada Lérida, que me disse para tentar o curso de tradução da Faculdade Ibero-Americana. Pensei, pensei e resolvi fazer, com a ajuda do meu pai para pagar a faculdade em tempos difíceis. Dei aula de dança de salão e de inglês para crianças e isso me ajudava a obter bolsas percentuais no curso e ter mais contato com a própria faculdade. Trabalhei de tudo nos três primeiros anos da faculdade, de empacotador de peças de moto a assistente de compras em uma grande livraria, passando pela área editorial dessa livraria como revisor, por acaso, mas essa é uma outra história. Também professor em escola particular e assistente de departamento internacional de uma empresa de revistas industriais. Até que, no início do último ano da faculdade, ingressei na empresa na qual estou até hoje, há quase 10 anos, fazendo tradução jurídica e afins.
A segunda parte dessa história: me encantei pelo idioma alemão e fui estudar, mas não pouco, muito. Comecei em 2001, depois de sair da Ibero-Americana, em 2004 entrei na Especialização em Tradução de Alemão na USP e neste ano de 2009 foram publicados os primeiros dois livros com meu trabalho de tradução do alemão, que me deixaram muito orgulhoso e também com muito desejo de continuar a trabalhar cada vez mais o idioma do "salsichón". E o futuro... esse ainda reserva muito aprendizado e muitas conquistas. Espero que para todos nós.

Foi um resumão. Um dia conto com mais detalhes.