Não, não estou fora do ar

Às vezes eu passo por aqui e tenho a sensação de missão não cumprida. Não consigo nem colocar um post por semana aqui, fico triste com isso, mas fazer o quê, a vida não dá trégua. Mas tudo há de melhorar.
Estou acostumando com o novo horário, no qual tenho mais tempo, preenchido já, óbvio, mas ao menos tenho tempo de pensar. E não em pensar no que vou comer à noite, mas matutar, sentar no sofá e pensar e repensar muitas coisas e uma das coisas que venho pensando deveras: 

PRECISO VOLTAR A ESCREVER, PONTO.

É imperativo que eu me esforce para isso. Apesar de escrever o dia todo, não é o meu texto. Tem a minha cara, mas não são minhas palavras e isso às vezes me frustra. Para a maioria dos tradutores isso não é um big deal, mas para mim, aspirante a escritor profissional, se torna um peso quase de proporções hercúleas. Não tô exagerando não, é difícil para alguém que leva a vida escrevendo não poder escrever suas próprias coisas, por sua poesia em suas palavras, ritmo em suas frases, personalidade ao que põe na tela. Já não sou uma criança na escrita, mas estou quem sabe numa adolescência carente, incômoda e mal-humorada, como toda boa adolescência. E tenho meus achaques infantis quando me vejo tão sem inspiração, como dentro de uma gelatina, suspenso. Daí leio, e leio mais, e releio e leio novamente para me alimentar, um menino faminto em busca daquela palavra. Marcelino Freire já falou daquela palavra que não se diz em Belinha, um texto lindíssimo que vale a pena ser lido muitas vezes. E cada vez uma palavra diferente surge, mesmo sendo a mesma palavra. Pois a gente muda, a palavra não. 
Quando tenho esses repentes de desabafo então surge a inspiração. Torço que seja isso aconteça novamente. Até lá, vou me esforçar para voltar mais aqui. Prometo.